Cachorro Podengo Português

Os cachorros de tipo Podengo são conhecidos como “Podengo Português” tiveram na verdade sua origem no antigo Egito, muitas gravuras da época retratam estes exemplares naquela civilização, tinham privilégios na sociedade egípcia por serem associados à divindade Anúbis.

Origem

Os cachorros de tipo Podengo tiveram sua origem no antigo Egito, muitas gravuras da época retratam estes exemplares naquela civilização, tinham privilégios na sociedade egípcia por serem associados à divindade Anúbis, quando morriam, eram enterrados com honras, e apenas o faraó, e sua corte podiam utilizá-los para a caça, posteriormente espalhar-se- iam pela África, e por volta do ano 700 a.C. chegariam até a Península Ibérica através dos fenícios e sua forte vocação naval.

Após chegarem a Europa, sofreram modificações devido ao novo clima, cruzamentos com cachorros europeus, e a larga utilização na caça, fazendo surgir novas raças, e em Portugal surgia o Podengo Português. No período do Brasil Colônia, eram trazidos de Portugal nas caravelas, com a missão de controlarem a população de ratos nestas embarcações, e no mesmo período, cachorros primitivos da raça Africanis eram trazidos da África nos navios negreiros com a mesma missão, e chegando ao Brasil, cruzavam entre si e com cachorros Indígenas nativos, e também recebiam novas funções, como a caça e a guarda.

Com o tempo surgia uma nova raça, com fenótipo e temperamento diferente dos ancestrais Portugueses e Africanos. Nesta época sua variedade pequena chegou a ser muito comum entre os índios tapuias. O Podengo crioulo teria espalhado-se pelo país conforme a velocidade do povoamento do território brasileiro, e já no século XIX já estavam presentes por todo o país, como confirmam algumas pinturas de Debret.

Em dias atuais, devido à grande popularidade de raças estrangeiras, é evidente o sumiço dos Podengos devido à miscigenação com estas raças, principalmente em áreas urbanas, em qualquer região a variedade de tamanho grande está praticamente extinta, e são muito poucos os exemplares das variedades de pelo longo, e também correm risco de extinção, mas a raça mesmo, que não tenha a mesma população de décadas atrás, ainda é relativamente comum nas áreas rurais, onde são muito usados na caça, na guarda de galinheiros contra ataques de raposas, e lobos guará, e também como cachorros de guarda, e alarme em pequenas propriedades.

Os biólogos Marcelo Ribeiro dos Santos, e Tiago Abreu Barbosa da Silva, percebendo o grande risco de extinção que está raça autóctone do Brasil corre, encabeçam um trabalho em prol do resgate, e do reconhecimento oficial desta raça, que é um patrimônio genético Brasileiro, e testemunha da História do Brasil.

Hoje a raça já conta com um padrão rácico, este documento norteia o trabalho de desenvolvimento, e a segunda versão do documento, foi redigido pelos biólogos Marcelo Ribeiro e Tiago Abreu, foi elaborado com base em fotos de dezenas de Podengos Crioulos, e atualmente está sendo apreciado pela CBKC para fins de reconhecimento oficial.

Características

O Podengo normalmente conta com uma longa, e cônica cabeça de proporções pequenas com relação ao seu corpo. O seu crânio, também longo, apresenta uma frente estreita e plana, e um stop pouco definido. O pescoço é ligeiramente arqueado, muito musculado, sem papada, e de pele tensa e lisa. O focinho costuma ser grande, sobressaindo em suas mandíbulas inferiores. Seu nariz possui uma forma convexa, além de ser encarnado apresentando fossas nasais abertas.

Suas orelhas costumam ser erguidas e muito móveis. Estão sempre apontadas para frente, para os lados ou até mesmo para trás. Possuem dimensões médias, finas e não apresentam pelos no seu interior. Seus pequenos olhos são oblíquos, de cor âmbar claro, perto de tons de cor caramelo, expressando timidez. Cachorros com outra coloração clara nos olhos ou escura devem ser descartados para a criação. O cachorro acima de tudo com sua expressão mostram todo o seu poder e inteligência.

É possível encontrar a pelagem curta e lisa, macia e também muito mais densa do que a variedade de pelos compridos. Os exemplares que contam com pelagens mais longas são mais cerdosos, e compridos em seu queixo, formando uma barba.

Acaba aparecendo mais comumente nas cores mais escuros ou ainda malhados de branco, com combinações tricolores.

Peso:	Aproximadamente Macho e Fêmea de 4 kg a 20 kg
Altura	Aproximadamente Macho e Fêmea de 20 cm a 70 cm
Grupo:
Funções:	Cachorro de caça
Grau de Atividade:	Alto
Pelo:	Densa, curta, lisa e macia
Cor:	Fulvo e amarela
Nome de Origem:	Podengo
Pais de Origem:	Portugal
Registro FCI:

Temperamento

O Podengo costuma ser tratado como um cachorro de espírito muito vivo, e uma boa disposição. É bastante corajoso, inteligente, sendo assim todas as variedades consideradas boas escolhas, para cachorros de companhia. Conta com um sentido de visão, olfato e audição bastante apurados, tendendo a distrair-se com os menores barulhos. São capazes de seguir uma pista até perderem-se, por não conseguir encontrar o caminho de volta para a casa. Por este motivo nunca devem ser soltos na rua a não ser em locais que sejam vedados.

Com seus donos são afetuosos, e de confiança principalmente com crianças, que devem ter uma idade superior a de 8 anos para lidar com ele, e saibam preservar o seu espaço.

Um cachorro rústico e ativo, um pouco barulhento, estando sempre disposto para brincar. Gosta de ser incluído em todas as atividades de família. É na simpatia que recebe bem os estranhos, é possível, porém que ele apresente comportamento atento, e em alerta sem deixar de latir em aviso.

Como um cachorro de caça utilizado em matilhas, convive bem com outros cachorros. Mas, devido seu grande instinto de caça, é preciso que tenha-se atenção com alguns animais menores.

Curiosidades

O Podengo é classificado como uma raça bastante primitiva, sendo considerada uma das mais antigas raças de cachorros conhecidas no mundo, que resultou no final de suas misturas o famoso cachorro vira latas. Entre seus ascendentes mais prováveis é possível encontrar-se o chamado Pharaoh Hound, que era o cachorro dos faraós do Antigo Egito.

Apesar de ainda não ser reconhecida oficialmente pela Confederação Brasileira de Cinofilia, está espalhada por todo o país, em cada região é chamada de maneira diferente, na região nordeste prevalece o nome pé duro, entre algumas tribos indígenas sempre foi conhecido como aracambé, e a sua variedade pequena, por ser muito comum em Minas Gerais, é conhecida como Terrier de Minas (apesar de não ser um terrier), devido às suas excepcionais qualidades na caça também é conhecido como coelheiro, tatuzeiro, paqueiro e rateiro, e curiosamente, por suas orelhas grandes, é chamado de orelhudo.

Ao todo ao redor do mundo existem variedades de Podengo, que pode inclusive trabalhar em matilhas, e em muitas vezes em conjuntos com outros cachorros, auxiliando na caça de coelhos.

O Podengo pequeno está definido desde o século XV. Atualmente ele é bastante utilizado como cachorro de companhia, oferecendo excelentes resultados, já que além de um caráter obediente oferece uma grande resistência a doenças e anomalias. Exige pouca manutenção. Seu tamanho adapta-se facilmente em apartamentos, com grandes vantagens em relação às raças tradicionais de companhia.

O médio, que é o exemplar mais comum no Brasil, é especialista em terrenos acidentados. É um grande caçador de coelhos. Seu caráter é mais independente, e costuma ser também mais reservado do que o Pequeno, apesar de ser utilizado igualmente como cachorro de guarda e companhia. Esta sua versatilidade está comprovada através da utilização desta variação da raça em séries de televisão.

Já o grande é utilizado na caça grossa, principalmente na caça de javalis. Ainda hoje ele desempenha esta função, porém a caça vem cada vez mais restrita, devido às políticas florestais do país. Dentro desta variedade existem duas variedades, a de pelo liso e cerdoso, são bastante defendidas por criadores que o salvaram da extinção. Por ser considerado um excelente cachorro de caça grossa, muitas vezes sacrifica a sua própria vida para que possa defender o território, e sua presa, para entregar a seu dono. Costumam adaptarem-se muito bem as regiões de clima seco e quente.

Dicas

Ele está sempre preparado para aguentar dias inteiros de exercício. Não precisa ser estimulado o dia inteiro, uma vez que são ativos em casa, apesar disto são indispensáveis passeios diários, e sessões de brincadeira. Procure estimular a sua curiosidade e a sua mente. Uma dica para ajudar a exercitar ainda mais o cérebro, faça caminhos diferentes durante os passeios.

Ao ser bem treinado, recebe bem comandos aprendendo rapidamente, porém distraem-se com sons, cheiros e também as imagens á sua volta. É uma raça excelente para praticar agility, e outras atividades caninas semelhantes.

Saúde

Devido ao seu desenvolvimento em ambiente externo, a raça conservou genes de resistência ao longo dos séculos de seu desenvolvimento. Como vários viveram nas ruas, ou campos sem possuir donos, a seleção natural permitia apenas que os mais fortes, e saudáveis sobrevivessem, devido a isto, esta raça é muito rústica e raramente adoece. Geralmente apenas na velhice é quando começam a apresentar algum problema de saúde. Nesta fase da vida o problema mais comum é a catarata, mas sem, no entanto ser considerada uma doença endêmica na raça.

Em qualquer uma das suas variedades, é um cachorro muito saudável, de fácil manutenção, precisando apenas de escovagens semanais. Expectativa de vida varia entre 12 anos a 14 anos.